terça-feira, 31 de julho de 2012

CINE RONDON


Em função da estrutura montada para o  Rally das Águas, realizamos nossas sessões de cinema na praia da orla sob tendas localizadas na areia do rio Manoel Alves.
Somando a localização do Cine Rondon com a temperatura das noites de Itacajá, as nossas sessões de cinema sempre foram bastante procuradas, principalmente pelas crianças.
Em uma das noites contamos com a ilustre presença do Capitão-de-Mar-e-Guerra Guimarães.


RALLY DAS ÁGUAS


O Rally das Águas é o maior evento da cidade de Itacajá e região. Ele acontece anualmente, e esse ano foi realizado a sua 12º edição.
Para nossa sorte, o rally foi concomitante com a nossa estadia em Itacajá e é claro que não perdemos a oportunidade de participar desse evento tão aguardado pela população local.



Engana-se quem pensa que vence o rally quem chega primeiro. Na verdade o rally é uma festa que acontece sobre as águas do rio Manoel Alves Pequeno. São balsas, barcos, bóias e colchões de ar que descem durante 6 horas, cerca de 10km do rio, até a orla da praia de Itacajá. As balsas são estruturas metálicas sobrepostas sobre grandes galões de plástico. Elas vão abarrotadas de pessoas, som, churrasqueiras e muita farra.



Andamos cerca de 10km de estrada de chão até o local de partida do rally. Antes da largada fizemos um pequeno mutirão de limpeza na margem do rio. Nesse meio tempo, pessoas e mais pessoas vinham chegando com seus apetrechos para descer as corredeiras.


Como alguns integrantes do grupo participaram do evento descendo o rio nas bóias, foram na balsa e consigo levaram a comida e a bebida de quem desceria o rio nas bóias.
O problema é que não sabíamos que as bóias e as balsas não desciam as corredeiras juntas por questões de segurança, ou seja, alguns rondonistas ficariam quase seis horas dentro do rio, sob um sol escaldante, sem comer ou beber absolutamente nada.



Mal o rally começou e tivemos uma grata surpresa, aliás, gratas surpresas. Vendo o despreparo dos novatos para aguentar a extenuante descida do rio, muitos moradores de Itacajá, que participaram de nossas atividades na semana anteriores e até mesmo turistas que nos reconheceram em função das camisetas do Projeto Rondon, fizeram nos sentir no paraíso. Era comida, bebida e claro muitas risadas de todos os lados.



Quem se imaginaria sobre uma bóia, comendo com as mãos arroz com carne seca, numa tampa de tupperware? E a coisa não parou por ai! Camarão ao bafo, filé com farofa, Maria Isabel (arroz cozido com feijão), vina, azeitona, salame, paçoca (espécie de farofa de carne seca com farinha mandioca) e muitas outras comidinhas peculiares. Onde passávamos éramos reconhecidos e acolhidos.
Depois de 6 horas, enfim chegamos a orla da praia de Itacajá. Esse foi um dia muito marcante para todos nós, tanto pela experiência de participar de um evento tão incomum, quanto pela hospitalidade do povo tocantinense.



Recepção da população na chegada do Rally das Águas


MOMENTOS DE DIVERSÃO


Depois de um dia cansativo de atividades sob uma temperatura média de 37º, só uma coisa consegue resfriar a temperatura do grupo; um banho no rio Manoel Alves Pequeno. Para nossa sorte, o rio fica muito próximo da escola na qual estamos alojados... Quase todo final de tarde é a mesma coisa: colchão de ar e muitas risadas.




segunda-feira, 23 de julho de 2012

VISITA À ALDEIA DOS KRAHÔ


A visita à aldeia dos índios Krahô era um dos momentos mais aguardados por todos nós, desde o início do planejamento do projeto.
Partimos cedinho para a aldeia Manoel Alves, que é uma das mais próximas da cidade na qual estamos alojados. Fomos recepcionados por um grande número de índios, em sua maioria kraés (crianças no idioma krahô).




Desenvolvemos algumas atividades recreativas com as crianças, seguidas da oficina de aquecedor solar e outra sobre a importância da reutilização de materiais recicláveis para os mais velhos, na qual foi ensinado o desenvolvimento de uma vassoura com garrafas pet. Os rondonistas da Unitau ficaram com a parte de saúde; teste de glicemia, aferição da pressão e demais orientações.




Um dos momentos mais marcantes foi quando fomos pintados pelos índios. A tinta usada é à base de jenipapo (cor escura) e urucum (cor avermelhada) e cada desenho carrega consigo uma simbologia.




Acompanhamos também a apresentação do cantor da tribo. Com uma melodia instigante e misteriosa, característica dos krahôs, os rondonistas seguiram em coro o índio cantor.


Tivemos o prazer de conhecer o Hotxuá, o palhaço sagrado da tribo. Ele é o índio Ismael, uma pessoa muito bem humorada e simpática. Ismael nos levou até sua oca e contou-nos como foi a participação da tribo no documentário dirigido por Letícia Sabatella, HOTXUÁ (www.hotxua.com.br). Contou-nos também sobre suas pretensões para ajudar na divulgação da cultura Krahô, como a criação de camisetas e livros.



Apesar de manterem seus traços culturais, a aldeia conta com escola, serviço de telefonia pública, assistência médica e alguns índios já cursam o ensino superior.
A visita à aldeia foi um dos momentos mais marcantes até o momento, tanto pela troca de informações, quanto pela diversidade cultural.


VISITA DO CAPITÃO GUIMARÃES


Tivemos a honra de receber a visita do Capitão-de-Mar-e-Guerra, Alexandre Guimarães, oficial militar responsável pelo projeto Rondon.


Além de participar de algumas de nossas atividades, pudemos conversar e discutir diversos assuntos. É de suma importância essa aproximação entre a coordenação do projeto e a realidade, tanto da comunidade, quanto dos rondonistas.

MÃOS À OBRA


As atividades foram desenvolvidas com muito sucesso durante a semana. Sem dúvidas a procura maior foi das crianças, mas os adultos também compareceram em peso.


Logo na segunda feira, fizemos uma atividade denominada MULTIRÃO DA LIMPEZA. Nessa atividade, além de limparmos uma das principais ruas da cidade, divulgamos todas as atividades previstas, inclusive nossas sessões de cinema.





Todos os rondonistas puderam por em práticas algumas de suas atividades, dentre elas, as que tiveram mais procura foram as oficinas de informática, de criação de jornal impresso, auxílio na profissionalização do artesanato e o curso de libras. Outras atividades realizadas foram oficina de composteira, noções de economia, plantação saudável e informações sobre direitos e auxílios governamentais, além das atividades desenvolvidas pelos colegas da UNITAU.


INTEGRAÇÃO PUCPR E UNITAU


A integração entre os alunos da UNITAU (Universidade de Taubaté) e da PUCPR foi bem rápida. Como as duas equipes são muito “musicais” foi criado um único nome para que pudéssemos além de unir definitivamente nossos grupos, entoar juntos nossos gritos de guerra e a as nossas musicas - PUCTAU.


♫ PUCTAU ficou legal, PUCTAU ficou legal! ♫
♫ Eu quero ir, eu quero já, eu quero ir para ITACAJÁ! ♫






quarta-feira, 18 de julho de 2012

DE PALMAS PARA ITACAJÁ


No domingo saímos cedo de Palmas rumo à cidade de Itacajá. Cerca de 300 km separam as duas cidades, desses, aproximadamente 70 km são de estrada de chão. No ônibus, além dos rondonistas da Tuiuti e da Unifenas, estavam conosco os alunos da Unitau, nossos companheiros de operação. Foram carregados diversos colchões, muita água, sucos, refrigerantes e o nosso “catanho”, gíria utilizada para definir lanche aqui no Tocantins, pois não poderíamos parar para almoçar devido aos nossos companheiros de viagem terem que seguir por mais algumas centenas de quilômetros após nos deixarem em Itacajá.



A paisagem era praticamente imutável; cerrado, calor e dentro do ônibus, claro, além de fotos, muita farra. O repertório foi o mais variado: de Padre Marcelo à tchu tcha tcha.
Chegamos em Itacajá no meio da tarde. Descarregamos todas as nossas bagagens na praça em frente ao colégio que nos serve de base, o Colégio Estadual Itacajá.


Fomos recepcionados pela primeira dama, que logo possibilitou nossa instalação nas dependências do colégio. Devido ao período de férias, foi necessário que fizéssemos um mutirão de limpeza para retirar o pó que se acumulou durante esse período.

Nosso dia terminou com um jantar na orla de Itacajá, convite feito pelo prefeito. Pudemos experimentar mais algumas delícias do cerrado, como o suco de cajá, muito delicioso por sinal. Experimentamos também a buchada, o chambari (carne no molho que lembra o músculo), e o tambaqui assado. 


Para muitos de nós o Rondon seria uma forma de fazer um regime forçado, contudo, pelo que pudemos perceber, será um período de engorda forçada, afinal no quartel comemos muito bem e com muita frequência, e pelo que tudo indica aqui em Itacajá não será diferente.

ABERTURA OFICIAL DA OPERAÇÃO CAPIM DOURADO


Na manhã de sábado, dia 14/07, tivemos a honra de prestigiar a formatura de oficiais do exercito dentro do 22º BI. A solenidade contou com a presença de diversos oficiais do alto escalão do exercito brasileiro, além de apresentações de alguns pelotões do quartel, da policia, dos bombeiros e a apresentação de um helicóptero do exército, que literalmente levantou poeira ao dar rasantes sobre nossas cabeças.





Após o almoço fomos para o auditório da UFT (Universidade Federal do Tocantins), onde foi realizada a abertura oficial do Projeto Rondon Operação Capim Dourado. No deslocamento entre o quartel e o local do evento, o termômetro do ônibus mostrava módicos 42º. Garanto que a sensação térmica era muito maior. A abertura do evento foi mais uma vez prestigiada com a presença de inúmeras autoridades das forças armadas, além da presença do governador do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

1º DIA EM PALMAS


Após descansarmos algumas horas depois do festivo e cansativo deslocamento até Palmas, tivemos um dia sem maiores compromissos. Depois de almoçar, aproveitamos para conhecer um pouco melhor a mais nova capital do Brasil.
Nosso primeiro destino foi uma feira internacional de livros que estava acontecendo em Palmas, a FLIT. Partimos dali para o shopping que recebe o mesmo nome da operação do projeto rondon; Capim Dourado. Nosso próximo destino foi a feira 304. Essa feira  popular é muito interessante, nela encontramos além de artesanato regional, muitas variedades de comidas e frutas típicas. Em meio a uma infinidade de aromas e cores uma coisa se destacou; a hospitalidade do povo tocantinense.



Falando em hospitalidade, é mais do que justo salientar o zelo, a estima e o carinho que fomos recebidos pelo 22º batalhão de infantaria (22º  BI). Não existe um detalhe sequer que não foi pensado e planejado visando tornar a estadia dos mais de trezentos rondonistas, a melhor possível. Desde a comida, extremamente caprichada, até o cuidado especial com o quarto das meninas, que recebeu decoração personalizada, a atenção dos soldados quanto às informações que se fizeram pertinentes, a limpeza, enfim... Tudo extremamente organizado e que fizeram nossa estadia lá a mais agradável possível.


Voltando ao nosso passeio, saímos da feira 304 com as sacolas cheias de artesanatos de capim dourado, além de termos tido a oportunidade de experimentar frutas exóticas, como o tamarindo, quitutes como o bolinho de pequi, a paçoca de carne porco, dentre muitos outras agradáveis peculiaridades do Tocantins. 



Conhecemos em seguida a praia da graciosa, um recanto banhado pelo Rio Tocantins. Essa praia de água doce fica à poucos minutos do centro da cidade de Palmas e é um point muito procurado por turistas e moradores da cidade. Lá existem bares e quiosques à beira da água, que somados ao lindo visual, formam um lugar perfeito para relaxar e aproveitar os quentes dias da capital.


Nosso passeio findou-se no Parque Cesamar, que abriga uma grande área verde ladeada por um imenso lago. Infelizmente devido ao horário, não pudemos explorar o parque, mas sem dúvidas esse foi um dia que ficará em nossas memórias.